quinta-feira, 6 de março de 2014

O Partido Nazista

 Símbolo do Partido Nazista


Origens

No início de 1918, um partido chamado Freier Ausschuss für einen deutschen Arbeiterfrieden (Comitê livre para uma paz dos trabalhadores alemães) foi criado em Bremen, Alemanha. Anton Drexler, um serralheiro de Munique, formou uma ala deste comitê em 7 de março de 1918, em Munique. Em 1919, Drexler, com Gottfried Feder, Dietrich Eckart e Karl Harrer, mudaram seu nome para Deutsche Arbeiterpartei (Partido alemão dos trabalhadores, abreviado DAP). Este partido foi o predecessor oficial de NSDAP, e tornou-se um dos diversos movimentos populistas que existiam na Alemanha após a derrota na Primeira Guerra Mundial. A fim de investigar o DAP, o Serviço de Informação do exército alemão enviou um jovem cabo, Adolf Hitler, para observar as atividades do partido.Ao expor sua opinião sobre tal assunto que estava sendo discursado,impressionou vários membros do partido pois o modo como afirmava e defendia sua ideia deixaria qualquer pessoa ao seu lado.Foi convidado a voltar a outras reuniões, e logo filiou-se ao partido, como membro número 55 (embora Hitler mais tarde afirmasse ser o "Membro número 7 do partido" para dar a impressão que tivesse sido um dos fundadores). Ele foi, na realidade, o sétimo membro do comitê central do DAP. Neste estágio inicial, Hitler levantou a ideia de trocar o nome do partido e propôs o nome de "Partido social revolucionário". No entanto, Rudolf Jung insistiu que o partido deveria manter o padrão do partido nacional socialista austríaco. Em conseqüência, o DAP foi rebatizado para NSDAP em 24 de fevereiro de 1920.Outros membros iniciais do partido nazista incluem Rudolf Bultmann, diretor geral da Bayerische Staatsbibliothek (Biblioteca estadual da Baviera) e Hermann Esser, editor do jornal Völkischer Beobachter.

Luta pelo poder

Adolf Hitler tornou-se o chefe do partido nazista em 29 de julho de 1921, e em seguida começou um programa mediante o qual o partido nazista se transformou numa organização radical e revolucionária. A Sturmabteilung(seção de assalto) foi fundada naquele mesmo ano, e começou uma política de expansão do partido nazista por meio do medo, intimidação e ataques violentos a outros partidos políticos.
Nesses anos iniciais, o partido nazista estava confinado principalmente na Baviera, na cidade de Munique. Grupúsculos nazistas existiam em outros lugares da Alemanha, mas os programas e calendários eram tais que, mesmo entre os nazistas, tais grupos fora da Baviera eram considerados à parte do partido nazista principal.
O desastre para o partido aconteceu em 1923, quando o partido nazista tentou tomar o poder do governo da Baviera no que ficou conhecido como o "Putsch da cervejaria". O golpe de dois dias foi esmagado pelas autoridades de Munique, e diversos nazistas foram mortos no processo. Hitler e seus conselheiros principais foram julgados e presos por traição. As sentenças variaram de 12 a 18 meses, com Hitler sendo preso na prisão de Landsberg. Durante esse período, de 1923 a 1925, o partido nazista deixou de existir. No entanto, Hitler usou esse tempo para escrever Mein Kampf, detalhando como iria organizar seu retorno político 

O partido ressuscita

Em seguida à liberação de Hitler, em 1925, o NSDAP foi refundado, com Hitler tomando carteira de membro número 1. Nesse mesmo ano, a Schutzstaffel (SS) foi fundada. A evolução do partido, durante esse período, é parte integral do declínio da República de Weimar.
O segundo partido nazista teve Gottfried Feder como teórico econômico. Rudolf Jung forneceu ao renascido partido uma ideologia pronta que trazia consigo da Checoslováquia. Tratava-se do Programa Nacional Socialista, com 25 pontos. Hitler acrescentou suas ideias sobre a política estrangeira, e Julius Streicher as suas ainda mais virulentas ideias anti-semitas.
Entre 1925 e 1929, os nazistas tiveram resultados eleitorais insignificantes. Na eleição de 1930, no entanto, os nazistas (impulsionados pelos problemas econômicos alemães na incipiente Grande depressão) aumentaram drasticamente a sua votação , tornando-se o segundo maior partido no Reichstag. O NSDAP continuou a melhorar sua posição nos anos subsequentes, apesar da proibição, em 1932, dos SA (a milícia privada do partido). Nas eleições de 1932, o partido alcançou um total de 13,75 milhões de votos, tornando-se o maior bloco do Reichstag.


A tomada do poder

Os nazistas jamais ganharam uma maioria eleitoral por conta própria, mas Hitler foi indicado Chanceler de uma coligação governamental pelo Presidente Paul von Hindenburgem janeiro de 1933. Seus parceiros na coligação foram os Nacionalistas de direita, liderados por Alfred Hugenberg, o "barão da imprensa", e seu vice-chanceler foi o ex-líder do Partido Central Católico e antigo chanceler Franz von Papen.
Em 30 de fevereiro de 1933, o edifício do parlamento, o Reichstag, sofreu um incêndio. Este incêndio foi rapidamente atribuído aos comunistas, e usado como desculpa pelos nazistas para fechar os escritórios do partido comunista alemão, banir sua imprensa e encarcerar seus líderes. Além disso, Hitler convenceu o Presidente von Hindenburg a assinar o "Decreto de incêndio do Reichstag", abolindo grande parte dos direitos da constituição de 1919 da República de Weimar. Um outro decreto permitiu a detenção preventiva de todos os deputados comunistas, entre diversos outros membros do mundo político alemão.
O principal meio através do qual Hitler se tornou ditador da Alemanha foi o ato Ermächtigungsgesetz (Ato de Habilitação ao Poder), que dava ao chanceler o poder de decretar o estado de emergência e de suspender as restrições legislativas ao seu poder como chefe do Executivo alemão. Para passar esse ato, Hitler organizou uma eleição para o Reichstag em março de 1933, com o intuito de formar uma maioria para adotar esse único ato, que colocava o poder inteiramente nas mãos do Chanceler.
Os nazistas obtiveram 43,9%; junto com os seus aliados nacionalistas de direita (DNVP), eles controlaram uma coligação de maioria parlamentar de 51.8%. No entanto, para dar legitimidade ao Ato de Habilitação ao Poder, Hitler precisava fazer passar uma mudança constitucional. Von Papen, com o líder do Partido Centrista Católico Monsenhor Ludwig Kaas, elaborou um acordo entre o Papa Pio XI e o Cardeal Pacelli (o futuro Papa Pio XII). Em retribuição a esse acordo, o partido Central deu o apoio parlamentar necessário para passar o ato, e uma maioria constitucional de dois terços foi obtida. Os 31 votos do Partido Centrista, adicionados aos votos dos partidos burgueses de classe média e dos Nacionalistas de direita, deram a Hitler o direito de governar por conta própria e de abolir diversos direitos civis.
Em cinco cláusulas, o Ato de Habilitação ao Poder deu ao governo o direito de mudar a constituição e de aprovar leis sem a aprovação legislativa, ao Chanceler o direito de revisar a legislação, ao Gabinete o direito de passar acordos internacionais e uma renovação do decreto a cada 4 anos, dependente da continuação do governo. O único partido de esquerda restante no Reichstag, o Partido Social-Democrata da Alemanha, valentemente protestou contra a aprovação do ato. Quando o Reichstag se reuniu na Ópera Kroll, patrulhado pela milícia marrom SA, o Ato de Habilitação ao Poder foi aprovado e, como punição pela dissensão, os Social-Democratas tornaram-se o segundo partido abolido pelos nazistas (em 22 de junho), após a mudança da sua direção para Praga.
Em 14 de julho de 1933, os nazistas proibiram a formação de qualquer novo partido, e a Alemanha se tornou um estado a partido único sob o NSDAP. Isso era parte do Gleichschaltung (sincronização). Hitler manteve o Reichstag como púlpito, com oReichsrat (Conselho) controlado por nazistas, que rapidamente trataram de dissolver o Reichsrat como corpo legislativo. Os corpos legislativos dos estados alemães tiveram o mesmo destino, com o governo central alemão tomando conta de todos os poderes legislativos locais e do Estado.
Em uma declaração de 23 de março de 1933, Hitler afirma que as duas principais igrejas da Alemanha eram os "fatores mais importantes" na manutenção do bem-estar alemão. Dali em diante, o que fora até então um episcopado crítico passou a apoiar o regime nazista abertamente e, com o acordo entre Pio XI e o Cardeal Pacelli, finalmente forneceu-lhe aceitação e reconhecimento internacionais.
A Doutrina nazista proclamava a superioridade do que eles chamaram de "Raça Ariana", predestinada a dominar toda a Europa. Para os nazistas, a tarefa de expandir a sumpremacia ariana exigia a destruição dos chamados "inimigos da Alemanha": externamente, as potências estrangeiras que impuseram o Tratado de Versalhes e, internamente, os judeus, acusados de conspirar contra os interesses do povo alemão.
A ideologia nazista articulou-se politicamente em torno do NSDAP. Os nazistas procuram explorar o sentimemto nacional do povo alemão, abalado com os resultados da recente guerra. Além disso, a estrutura do partido, fortemente militarizada, simbolizava a ideia de ordem em um país desorganizado política, social e economicamente.

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